As investigações sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram enviadas para a responsabilidade do juiz federal Sérgio Moro. A decisão foi do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.
A revista Época destaca que agora a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba planeja apresentar um pacote de até três denúncias contra Lula por crimes descobertos no petrolão.
Os procuradores acreditam que existem provas para denunciar Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por favores recebidos das empreiteiras Odebrecht e OAS e do pecuarista José Carlos Bumlai pelo sítio em Atibaia, pelo aluguel de contêineres para o transporte de acervo de Lula de Brasília para o sítio e pela reserva do apartamento tríplex de Guarujá.
Segundo eles, há razões para formular acusações criminais contra o ex-presidente pelos três atos distintos.
A publicação revela que cada ato de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro implica, respectivamente, em três anos e dois anos de prisão. Sendo assim, existe a possibilidade de que Ministério Público peça que Lula seja condenado a pelo menos 15 anos de prisão.
A revista recorda que o sítio de Atibaia, frequentado pela família de Lula, foi adquirido por dois amigos e sócios de Fábio Luís da Silva, filho de Lula. A propriedade foi reformada com mão de obra das empreiteiras Odebrecht e OAS.
O Instituto Lula nega que o local seja propriedade de Lula e afirma que o presidente apenas o frequenta.
Já em relação ao apartamento tríplex em Guarujá, este foi construído pela Bancoop, a cooperativa do Sindicato dos Bancários, que faliu. Assumido pela OAS, o imóvel foi reservado e reformado de acordo com as preferências de Lula e sua família. Em meio à Operação Lava Jato, Lula desistiu de ficar com o imóvel.
O ministro Teori entendeu que Lula não tem mais foro privilegiado e, portanto, as denúncias contra ele deveriam voltar à primeira instância – no caso, a cargo do juiz Sergio Moro.