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Cidade do Povo: a construção de vários sonhos

O povo da cidade


Tudo começou pela necessidade de estruturar um espaço para receber as unidades habitacionais do Programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, e beneficiar moradores de áreas de risco ou alagadiças em Rio Branco.


“Com a quantidade de casas liberadas pelo governo federal, 10.518, nos veio à cabeça que poderíamos criar uma um bairro com dimensões de uma cidade, resultando na Cidade do Povo. Um local munido de toda infraestrutura necessária para oferecer dignidade e qualidade de vida às famílias de baixa renda que residiam em áreas de risco ou em áreas alagadiças”, destaca Wolvenar Camargo, na época, secretário de Estado de Habitação e Obras Públicas.


Foi em 2012 que o governador Tião Viana assinou as primeiras Ordens de Serviço que tirariam de um “Masterplan” de mais de 200 páginas e levariam para a prática do maior e mais ousado projeto habitacional que o Acre já teve: um bairro totalmente planejado para o povo.


“Tivemos que usar todos os nossos conhecimentos de como deve ser uma cidade, levando em conta as características e inserindo todos os equipamentos públicos de segurança, saúde, educação, esporte, lazer, cidadania, além de acessibilidade total garantindo cidadania para pessoas com deficiência. Tudo nos era favorável para ser um projeto grandioso”, continuou o gestor.


Das 10.518 unidades habitacionais, 3.348 seriam entregues a custo zero para famílias de baixa renda, algo nunca feito pela população.


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Geração de emprego

Quando se pensou a concepção da Cidade do Povo, uma das grandes preocupações era justamente como conseguir operários da construção civil para trabalhar num projeto novo dessa dimensão.


O desafio foi encontrar pessoas para atuar na construção. A época, o estado já dispunha de 3.348 unidades contratadas, fora a infraestrutura e os equipamentos que precisavam ser construídos.


Durante a construção, mais de sete mil operários atuaram na obra no período de pico.  Trabalhadores dos diversos setores da área da construção: pintores, eletricistas, carpinteiros, pedreiros e serventes, entre outros. Os sistemas construtivos eram distintos, com padrões e formatos diferentes.


Segundo o engenheiro civil Marco Otsubo, os trabalhadores tiveram que se adequar ao sistema de construção do empreendimento.


“Houve pessoas que entraram na Cidade do Povo apenas sabendo fazer aquela sua prática ou não sabendo fazer quase nada, e tiveram que aprender, que se dedicar, que se valorizar com o trabalho para poder atingir o nível de conhecimento para avançar ou permanecer na Cidade do Povo enquanto morador, mas com capacidade para trabalhar em qualquer setor da construção civil, em termos de evolução produtiva a Cidade do Povo foi um marco histórico dentro do estado.”


A Cidade do Povo não é um conjunto habitacional convencional. Seu projeto é diferente, é inovador. Os empresários da construção compraram a causa.


“O empreendimento é uma semente que foi plantada em área degradada, de pasto, e hoje o que o que a gente colhe é fruto de todo este plantio de planejamento que foi investido”, disse Otsubo.


Atualmente, mais de dez mil pessoas já vivem no empreendimento. O novo bairro da capital acreana conta com escolas, delegacia, postos de segurança e unidades de saúde – inclusive uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) – e diversas áreas de lazer e comerciais. Ao todo, 10.518 moradias deverão ser construídas para receber mais de 50 mil pessoas.


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