Paola Egonu tem 1,89m, é filha de imigrantes nigerianos e tem apenas 17 anos. A pouca idade, porém, faz crescer ainda mais seu ímpeto. Ao entrar em quadra nesta sexta-feira, a ponteira parecia imparável. Diante do ataque potente da rival, as brasileiras tinham trabalho e sofreram nos dois primeiros sets. Aos poucos, porém, a experiência pesou. Ao acertar a marcação, o Brasil contou com a evolução de Natália para virar o jogo e bater a Itália. Em 3 sets a 1, parciais 24/26, 25/22, 25/12 e 25/22, a seleção venceu a primeira partida da terceira semana do Grand Prix, em Ancara, na Turquia.
O Brasil, então, somou sua quinta vitória em sete jogos na competição.Com o triunfo, segue em quarto lugar, com 16 pontos, à frente da Holanda, com 12. EUA, com 18, lideram a tabela, com China e Rússia na cola, com 17. No Grand Prix, as cinco melhores seleções se classificam à fase final, na Tailândia, entre os dias 6 e 10 de julho. As donas da casa já estão garantidas.
A seleção volta à quadra neste sábado, contra a Bélgica, às 8h30. Depois, encerra a fase de classificação contra a Turquia, no domingo, às 11h30. O SporTV transmite as partidas, e o GloboEsporte.com acompanha tudo em Tempo Real.
Egonu fez estrago na defesa brasileira e terminou o jogo com incríveis 26 pontos. Pelo Brasil, Natália superou um início ruim, cresceu com a equipe e fechou a partida com 17 pontos. Garay, com 13, e Fabiana, com 10, sendo sete de bloqueio, foram os outros destaques.
– Para o nosso time, foi muito positivo ter ganho essa partida. Conseguimos reverter um placar adverso no quarto set, mas sabemos que ainda temos muito o que melhorar. As jogadoras que vieram de fora ajudaram bastante e essa vitória mostrou que estamos no caminho certo – afirmou Natália logo após a partida.
O JOGO
No erro de Natália no saque, a Itália largou na frente. Thaisa soltou o braço, sem recepção do outro lado e deixou tudo igual. Foi quando a jovem Egonu começou a brilhar. Marcou dois pontos em sequência e fez 3/1 para as europeias. O Brasil até chegou a empatar a partida, em ataque para fora de Egonu, mas a italiana viu toque no bloqueio e pediu o desafio. Tinha razão. Quando Fabiana parou no bloqueio das rivais, a Itália já tinha 6/3 no placar. A seleção chegou a reagir, mas a Itália foi para o primeiro tempo técnico em vantagem após o ataque de Egonu explodir no bloqueio brasileiro e ir para fora: 8/6.
O Brasil, no entanto, melhorou. Natália, em uma pancada que explodiu no peito da líbero Gennaro, deixou tudo igual. Thaísa, na sequência, fez a seleção passar pela primeira vez à frente no placar. Era, porém, um jogo equilibrado. Após boa defesa de Leia, Dani Lins fez levantamento preciso para Sheilla, que atacou pelo fundo e marcou 16/16.
Melhor em quadra, o Brasil passou a se impor. Leia voltou a aparecer bem, e Dani Lins achou Thaísa livre no meio. A central soltou o braço, abriu dois pontos no placar (19/17) e obrigou o pedido de tempo do outro lado. As italianas melhoraram e foram buscar. Zé Roberto fez a inversão 5 por 1, com Roberta e Tandara em quadra, mas as europeias tomaram a frente e não saíram mais. Após ataque de Ortolani, fim do primeiro set: 26/24.
A segunda parcial começou com mais um erro de saque, mas das italianas, com Malinov. Era um jogo equilibrado. Ainda que a seleção fosse melhor que no primeiro set, ainda sofria com os ataques da incansável Egonu. Mas, no erro de Danesi, o Brasil foi para a primeira parada técnica com 8/5 no placar.
O Brasil chegou a ter quatro pontos de vantagem, mas a Itália voltou a equilibrar o jogo. Chegou a ficar a apenas um ponto do empate, depois de Fê Garay ficar no bloqueio. A equipe de Zé Roberto voltou a abrir diferença, mas permitiu mais uma vez a recuperação. As rivais deixaram tudo igual em ace de Ortolani, depois de Natália errar no golpe de vista. O lapso foi momentâneo. Em bom ataque, Natália mandou no fundo da quadra, e o Brasil foi para a parada técnica com 16/13.
As italianas tentaram reagir e contaram com um bloqueio perfeito sobre Sheilla. Mas as elas também erravam. Depois de duas falhas seguidas das rivais, o Brasil abriu 21/16. O que parecia tranquilo chegou a se complicar quando a diferença voltou a cair. Ainda assim, a seleção fechou o set em 25/22 depois de saque na rede de Ortolani.
No retorno à quadra, Natália apareceu pelo fundo e marcou o primeiro ponto. O Brasil chegou a abrir 3/1, mas viu a Itália passar à frente depois de erros seguidos de Sheilla e Natália. Foi por pouco tempo. Novamente melhor, a seleção retomou a dianteira e passou a dominar a partida. Egonu, principal arma das italianas até então, ficou no bloqueio de Thaísa e pareceu sentir. Depois de soltar o braço e explodir seu ataque no bloqueio italiano, Natália fez o Brasil abrir 14/7.
A ponteira, aliás, cresceu de produção. Depois de um começo ruim na partida, Natália se reencontrou e passou a fazer a diferença. O Brasil abriu 20/9, e o técnico Marco Bonitta tirou Egonu e mandou Centoni para o seu lugar. Não funcionou. Natália, em mais um ataque perfeito, fechou em 25/12.
O Brasil, então, pareceu cochilar. A Itália voltou melhor, abriu 6/3 e forçou o pedido de tempo do técnico Zé Roberto. Em um primeiro momento, não adiantou. Quando Egonu forçou o ataque pela ponta, a bola desviou no bloqueio de Thaísa, e as rivais foram em vantagem para o tempo técnico (8/4).
A seleção se perdeu em erros. Com falhas em sequência das brasileiras, a Itália disparou no placar e abriu 14/7. Zé Roberto tentou mudar e mandou Jaqueline para a quadra, no lugar de Fê Garay. Aos poucos, porém, o Brasil reagiu. A diferença caiu para apenas dois pontos depois de ataque perfeito de Natália (19/17). Chegou ao empate com Juciely, que havia entrado no lugar de Thaísa. No último ponto, Roberta sacou bem, a recepção italiana não funcionou e fim de papo: 25/22.
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