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IFAC avança no exercício de aprender e ensinar com os povos indígenas

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As populações indígenas estão cada vez mais acessando o ensino técnico e superior oferecido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre – IFAC. Nos campi de Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Sena Madureira e Rio Branco há alunos das etnias Puyanawá, Kaxinawá (Huni-Kuĩ), Shanenawá e Manchineri, por exemplo. E através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) o IFAC tem levado cursos de formação inicial e continuada profissionalizante até as aldeias de regiões de difícil acesso. Só neste primeiro semestre de 2016 foram atendidas 18 comunidades indígenas em oito municípios do Estado com cursos que visam fortalecer, sobretudo, a produção artesanal, o cooperativismo e a soberania alimentar.


 


O Campus Tarauacá do IFAC foi o primeiro a oferecer cursos de formação profissional para as comunidades indígenas da regional ainda em 2014, numa parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA pelo Pronatec-Campo, Florestas e Águas. Em 2015 a experiência foi aprimorada com a construção de documentos norteadores com as orientações da Divisão Técnica da Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio – FUNAI Juruá – setor que acompanha 14 povos e 31 terras indígenas no Acre.


Os movimentos sociais da educação e da cultura indígena como a Organização dos Professores Indígenas do Acre (OPiac), a Associação do Movimento dos Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (Amaaiac) e outras também foram ouvidos para a escolha de novos cursos, editais de seleção diferenciados para a escolha de professores, além da construção de Planos Pedagógicos de Cursos (PPCs) exclusivos para as ofertas indígenas. “Os PPCs buscam priorizar a valorização dos conhecimentos indígenas como principal pressuposto para construção dos conteúdos, observando o enfoque do universo simbólico indígena, propondo uma metodologia que utilizasse os tratos culturais na prática do ensino-aprendizagem”, explicou a coordenadora do Pronatec-Indígena, Profª Alcilene Alves. Em outras palavras, para o curso de Artesanato Indígena realizado no Vale do Juruá, por exemplo, foram respeitados os conhecimentos sobre o período lunar adequado para a coleta de sementes, da madeira e do barro.


 


NEABIs e Pronatec


 


Nos campi do IFAC em todas as regionais estão sendo estruturados Núcleos de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas – Neabis. Além de acompanhar as ações que estão sendo realizadas por programas específicos como o Pronatec, os núcleos tem proposto ações que envolvem toda a comunidade acadêmica da Instituição. Só no segundo semestre de 2015, a citar, o Campus Rio Branco do IFAC realizou o Seminário “Povos Indígenas e Interculturalidade: ainda um desafio para o século XXI” e a palestra  “Povos Indígenas do Acre: Diversidade e Escolarização” .


 


Em Tarauacá, Unidade mais nova do IFAC, o campus inseriu a identidade dos povos tradicionais em todas as suas ações. Uma demonstração forte da relação de confiança e respeito da instituição com os grupos foi demonstrada no X Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação – CONNEPi, realizada em novembro do ano passado em Rio Branco.


 


Em Cruzeiro do Sul um dos cursos do Pronatec estava sendo realizado na cidade e a mobilização de alunos de várias etnias e o comportamento chamava a atenção de todos pela valorização familiar e distribuição do conhecimento.


 


No Purus, no município de Santa Rosa, estão sendo oferecidos os cursos de Piscicultor exclusivo para Kaxinawás e de Agente Comunitário de Saúde para Mulheres (a maioria indígena). O acesso a informações profissionais e também de cidadania como direitos e saúde tem promovido bons exemplos de empreendedorismo pessoal. Autoridades da Educação, da Produção Agrícola e da Assistência Social do município testemunham a consequente busca pela elevação da escolaridade e organização econômica.


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