Após a polêmica mensagem do governo do Acre que trazia ameaças de demissão a secretários do Acre, o Ministério Público do Estado (MP-AC) informou, nesta terça-feira (15), que deve investigar se houve alguma irregularidade na postagem em um grupo de secretários.
No dia 10, uma mensagem em nome do governador Tião Viana (PT-A), replicada em grupos de WhatsApp do governo, falava em demitir os secretários que não compareceram a um evento com o ex-ministro Gilberto Carvalho, ocorrido no dia 9 deste mês, em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investigado pela Operação Lava Jato.
Na época, a chefe da Casa Civil, Márcia Regina, assumiu a autoria do texto e disse que o governador não sabia o teor da mensagem. Ela afirmou que costuma enviar comunicados por meio do celular do governador. Procurados pelo G1 nesta terça-feira (15), o governo informou que não foi notificado, assim como a chefe da Casa Civil e não iriam se posicionar.
Em um dos trechos, a mensagem enfatizava: “não acho honesto estar no governo, em função de confiança, por outra razão. Portanto, quem não entendeu isso até aqui manifeste-se ou peça demissão. Na próxima, eu não aguardarei pedido, mas, sim, demitirei”.
O representante da Rede no Acre, Carlos Gomes, explica que o partido entrou com uma ação no MP-AC para que fique claro se houve alguma forma de coerção ou abuso de poder na mensagem.
“Queremos que o MP-AC investigue se houve alguma prática ilícita e, se confirmada, a pessoa que praticou esse ato seja responsabilizada. Não estamos condenando ninguém, só queremos que o responsável pague pelos atos. O teor da mensagem é uma coerção e a função do cargo público não é essa”, enfatiza.
Ao G1, o promotor da Defesa do Patrimônio Público e Fiscalização das Fundações e Entidades de Interesse Social, Adenilson de Souza, se limitou a confirmar a investigação, mas, por estar em viagem ao interior do Acre, disse que poderia dar mais explicações na quarta-feira (16).