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Empresário tira sarro de brasileiro e internautas fazem “rebelião” na web

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Depois que o dono do estabelecimento fez uma “piada” sobre um erro de inglês cometido por um brasileiro em entrevista de emprego, a “brincadeira” perdeu a graça
Paul Stenson foi acusado de xenofobia por publicar um comentário “bem humorado” no Facebook. Dono do White Moose Café, em Dublin, na Irlanda, teria feito uma entrevista de emprego com um brasileiro e este cometeu um erro de inglês.
“Pobre rapaz, sempre que queria dizer ‘cozinha’ (kitchen, em inglês), ele dizia ‘frango’ (chicken). ‘Eu quero muito ser assistente de frango’. ‘Eu gosto de frango’. ‘Seu frango é grande?’ Nunca foi tão difícil me manter sério em toda minha vida”, disse Stenson no texto
O que aparentemente era para ter sido uma brincadeira, foi levado muito a sério pela comunidade brasileira. Seu negócio recebeu dezenas de milhares de avaliações negativas em poucos dias, como forma de protesto pelo comentário.
“Gostamos de fazer graça com as pessoas. Não é para ser uma página séria. Mas alguns brasileiros levaram para o lado errado e criaram uma campanha para nos atacar”, disse Stenson à BBC Brasil. O dono do café também foi alvo de mensagens agressivas. “Quando comecei a receber mensagens com ameaças, percebi que a coisa havia ultrapassado um limite. Não é mais divertido se isso acontece.”
O café recebeu 24 avaliações com uma estrela, a nota mínima na rede social, deixadas por brasileiros. “Nenhum desses infelizes já esteve no café. Se vocês acham que essas avaliações negativas terão algum impacto na nossa nota, vocês terão de fazer melhor. Nós temos 14 mil avaliações cinco estrelas. Boa sorte em tentar superar isso”, disse Stenson ao comentar o assunto. “É uma pena que vocês apenas deem a nota de uma estrela e não escrevam nada. Não podemos rir do seu inglês se vocês não escrevem nada”, completou ele de forma irônica.
As provocações continuaram. O empresário publicou na página da empresa um e-mail enviado por uma brasileira em que ela se queixava do post e dizia ter alertado uma rádio sobre o assunto. Stenson respondeu: “Por favor, não faça isso. Não queremos ser assunto de uma rádio em cadeia nacional nem queremos a publicidade ou dinheiro que isso nos geraria”.
Ele voltou a escrever na página do White Moose. “As notas de uma estrela continuam a chegar rapidamente e em grande volume. Mas a maioria delas não têm texto. Se algum brasileiro for capaz de escrever uma avaliação usando um inglês perfeito, ganhará um jantar com frango.” Prometeu ainda premiar com uma “depilação ao estilo brasileiro” a quem desse uma nota cinco estrelas ao café. Ele trocou a imagem que ilustra a página do estabelecimento na rede social por uma foto do lutador brasileiro José Aldo sendo nocauteado pelo irlandês Conor McGregor.
“Somos uma página de sátira e estávamos nos divertindo com provocações amigáveis”, afirma Stenson.
Segundo o G1, o estabelecimento já acumulava 14 mil avaliações negativas no Facebook. Stenson então decidiu bloquear a página para acessos a partir do Brasil, levando os brasileiros a darem notas baixas para o café em outro sites de avaliação de locais e serviços, como o Trip Advisor e o Google.
Um usuário comentou para Stevenson não brigar com os brasileiros, porque eles “são bons de conseguir passaportes falsos e fraudar benefícios sociais”, ao que ele respondeu: “E não esqueça do sexo. Eles são bons para sexo também”. “Quem se ofenderia ao ouvir que é bom de cama? As melhores noites que tive foram com brasileiras. Eles deveriam ver isso como um elogio”, diz Stenson. ”
Não sou xenófobo. Tenho quatro funcionários e amigos brasileiros. Se eles dizem que sou xenófobo, eu digo que eles são ‘humorfóbicos’.”
O empresário parece mesmo gostar de polêmica, já que não se trata da primeira vez que o White Moose é alvo de uma campanha assim. Stenson provocou a ira de veganos, que excluem alimentos feitos a partir de animais de sua dieta, ao publicar um comentário no Facebook em agosto de 2015 em que dizia: “Atenção, veganos: por favor, não venham a nosso café sem antes avisar e não nos olhem espantados por não haver 50 mil itens no menu compatíveis com os requisitos idiossincráticos de sua dieta. Nosso chef ficará feliz em preparar uma série de pratos para vocês, mas um aviso antes de sua visita será apreciado.”


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