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“Doriva não tem apoio de ninguém na diretoria. o São Paulo estuda outro treinador para 2016. Muricy e Cuca já são analisados…”

Ninguém na diretoria do São Paulo deseja a manutenção de Doriva como treinador. O presidente Carlos Augusto Barros e Silva e o vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro tiveram a mesma reação ontem. Ficaram completamente decepcionados, transtornados com a derrota por 3 a 1 para o Santos, em pleno Morumbi.


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Os dois desabafaram a conselheiros que tudo precisa ser mudado para 2016. Leco foi esperto. E antecipou o máximo que pôde as eleições. Para não dar tempo para a oposição se articular. Elas vão acontecer na próxima terça-feira, dia 27. O ex-presidente Paulo Amaral desistiu quando percebeu que não haveria chance. O também ex-presidente Fernando Casal del Rey preferiu nem concorrer, para não passar vexame.


Graças a rejeição a Carlos Miguel Aidar, que foi obrigado a renunciar diante das inúmeras denúncias, Leco conseguiu o apoio das alas mais importantes do clube. Herdou o apoio de Juvenal Juvêncio, que havia prometido lhe dar a presidência há pelo menos cinco anos. Abílio Diniz também garantiu que estará ao seu lado. Não foi por acaso que Leco reconduziu o CEO, Alexandre Bourgeois, ao cargo. Ele havia sido demitido e humilhado por Aidar.


Antes mesmo de garantida sua eleição, Leco tem ouvido queixas e mais queixas em relação a Doriva. E todas vão pelo mesmo caminho. É imaturo para conduzir o São Paulo. E o presidente concorda. Assim como Ataíde Gil Guerreiro. Os dois já definiram que outro comandante chegará em 2016.


Doriva foi uma aposta única, exclusiva e barata de Aidar. Ele o escolheu sem o menor critério. Não se importou com a base do trabalho de Juan Carlos Osório. Não do revezamento a todo custo, ponto mais explorado do colombiano. Mas a maneira moderna que fazia os jogadores terem duas, três funções táticas diferentes no mesmo jogo.


Com Doriva tudo é mais tosco, mais previsível. Não é só o fim do revezamento. Mas o time atua estático como no futebol da década de 90. Ele tem medo de ousar,como fez muito bem no título paulista conquistado pelo Ituano, no ano passado. Como se fosse uma equipe de botões, cada jogador cumpre sua função e só.


Dorival Júnior fez seu Santos deitar e rolar no 4-4-2 do rival. O esquema parecia de pebolim, com os jogadores do São Paulo estáticos. Havia enorme espaço entre as linhas. Os jogadores atuavam separados. Sem a menor recomposição para os contragolpes velozes santistas. O time escapou de perder por muito mais por falta de capricho dos atacantes santistas.


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Ao contrário da desculpa rasa de Doriva, que as fortes chuvas atrapalharam seu time, a verdade é outra. O gramado pesado travou os velocistas santistas. Se não, pelo fraco futebol que mostrou, o São Paulo seria goleado.


Leco e Ataíde não estão animados. Não acreditam em reviravolta na Vila Belmiro na próxima semana. Mas não podem tornar públicas suas opiniões. E sim esperar a eleição e o final da Copa do Brasil e do Brasileiro para agir. Buscar um novo treinador.


Há a eterna ala de conselheiros importantes, como Abílio, que defende a reconstrução em 2016 com quem conhece o Morumbi. O nome de Muricy Ramalho é repetido. Muita gente acredita que, agora saudável e com energia, ele poderá trabalhar com o vigor que levou o clube a três conquistas de Brasileiro.


Leco tem restrição a ele. Os dois romperam em 2009. O treinador impediu que Leco, então vice de futebol, entrasse no vestiário com amigos. Envergonhado, o dirigente trabalhou por sua demissão e pela contratação de Ricardo Gomes. Uma reaproximação é complicada, mas não impossível.


O presidente já ouviu de pessoas importantes e gosta de um outro nome. Cuca. O treinador está no Shandong Luneng desde 2014. Fez muito sucesso na sua chegada por lá. Mas não é mais unanimidade. Depois de 28 rodadas, seu time ocupa apenas a quarta colocação no Campeonato Chinês. Está a oito pontos do líder, o Guangzhou Evergrande, de Felipão. No ano passado, o Luneng foi eliminado rapidamente da Liga dos Campeões da Ásia. E, como terminou o Chinês em quarto, não se classificou para a competição deste ano.


O contrato de Cuca termina no final de 2016. Uma rescisão de contrato está longe de ser impossível. Ele trabalhou no São Paulo em 2004. Montou a base que venceria a Libertadores e seria campeã mundial em 2005. Para um eventual retorno, ele teria de abrir mão de um salário absurdo para o futebol do Brasil, R$ 1,5 milhão.


O Flamengo também se interessa por Cuca em 2016.


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Ataíde gostou muito do trabalho de Osório. Mas não defende a contratação de um estrangeiro. No momento quer um técnico que conheça bem o futebol do Brasil. Vê com simpatia o nome de Muricy Ramalho. Ele já percebeu que o elenco são paulina precisa de um técnico enérgico. Lamenta a ida de Abel Braga para o Al-Jazira.


O vice quer evitar a todo custo que a história de novo treinador venha à tona. Até porque sonha com o São Paulo na Libertadores de 2016. Se na Copa do Brasil, a situação está caótica depois do 3 a 1 de ontem, no Brasileiro segue viva a esperança de o time chegar pelo menos em quarto lugar. O time está em sexto.


“Estou muito tranquilo e fazendo o meu trabalho sem me envolver na questão fora do campo. O resultado tem de acompanhar, principalmente no Brasil, porque a própria imprensa fomenta as coisas e forma opinião. Estou consciente e tranquilo da seriedade do meu trabalho. Cabe às pessoas que veem o trabalho julgar”, disse Doriva ontem, após, a derrota vexatória no Morumbi. Ele foi muito vaiado, xingado por torcedores são paulinos.


Para facilitar uma eventual dispensa de Doriva há um fato significativo. Aidar não colocou multa rescisória no contrato que iria, na teoria, até o final de 2016. O treinador sabia que estava apostando ao abandonar a Ponte Preta. Poderia ganhar. Mas está perdendo.


Tudo indica que o São Paulo começará 2016 com outro técnico.


Não há uma só voz importante defendendo Doriva…


 


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