Em nota, o alto comissário da ONU, Antônio Guterres, afirmou em Washington, durante o lançamento do relatório Mulheres em Fuga, que a violência de grupos criminosos organizados transnacionais em El Salvador, Guatemala, Honduras e partes do México “tornou-se generalizada”
Mulheres da América Central e do México estão fugindo de seus países para escapar do aumento da violência por parte de gangues e outros grupos criminosos. A fuga pode provocar uma crise iminente de refugiados nas américas e exige uma ação urgente e coordenada de todos os países da região, alertou hoje (28) o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Em nota, o alto comissário da ONU, Antônio Guterres, afirmou em Washington, durante o lançamento do relatório Mulheres em Fuga, que a violência de grupos criminosos organizados transnacionais em El Salvador, Guatemala, Honduras e partes do México “tornou-se generalizada”.
Em agosto, o Acnur entrevistou 160 mulheres de El Salvador, da Guatemala, do México e de Honduras radicadas nos Estados Unidos desde outubro de 2013. Segundo o órgão, 85% das mulheres entrevistadas disseram que moravam em bairros controlados por grupos armados criminosos, 64% relataram ameaças e ataques de gangues, 10% afirmaram ter sido perseguidas pela polícia e 58% informaram abuso sexual e estupro.
“As dramáticas crises de refugiados que estamos testemunhando não se limitam ao Oriente Médio ou a África. Estamos vendo outra crise se desdobrando nas américas. O relatório é um alerta prévio para aumentar a consciência dos desafios que as mulheres refugiadas enfrentam e um apelo a uma resposta regional para uma crise que se aproxima”, acrescentou Guterres.
O Acnur recomenda a todos os países das américas Central e do Norte que reconheçam o crescente número de refugiados na região, estabeleçam uma capacidade adequada nas fronteiras para assegurar a identificação das pessoas que necessitam de proteção internacional e avancem rapidamente em direção a uma abordagem regional coordenada para este problema.
A intenção é melhorar o acesso à proteção, garantir soluções para os refugiados e combater as causas do deslocamento forçado.